IHGP: 117 anos de história
8 de novembro de 2022IHGP: 117 anos de história por Renato César Carneiro .
Texto extraído da coluna Funes do Jornal a União publicado na data de 09/09/2022.
O Instituto Histórico e Geográfico Paraibano, fundado durante a primeira década do século 20, a 7 de setembro de 1905, surgiu para “sacudir os nervos indolentes e/ou agitar a vida entorpecida pelos miasmas do Sanhauá”, afirmou o Cônego José Florentino Barbosa – um dos seus integrantes em 1935, quando a entidade completava seus 30 anos. A partir do seu surgimento, completou o orador, a intelectualidade paraibana passou a ter um instrumento de reunião de informações e ideias, antes dispersas e sem “nenhum talento para a terra que era o berço de tantos homens de talento”.
Na ata de fundação consta que a sessão foi presidida pelo presidente do estado, Álvaro Lopes Machado, e a sessão preparatória do Instituto ocorreu a 10 de setembro do mesmo ano, na sala da Congregação do Liceu Parahybano, com a presença de seus intelectuais fundadores: Américo Carvalho, Apolônio Zenaide, Arthur Acquilles, Carlos Alverga, Coriolano de Medeiros, Flávio Maroja, Francisco Coutinho, Francisco Seraphico da Nóbrega, Irineu Pinto, João de Lyra Tavares, João Machado da Silva, João Pereira de Castro Pinto, José Borba, José Cândido, Tavares Cavalcanti, Xavier Júnior e Theodoro de Souza.
Uma comissão formada por Castro Pinto, Flávio Maroja, Francisco Coutinho, Irineu Pinto, João Lyra, João Machado e Tavares Cavalcanti ficou responsável pela elaboração dos estatutos da nova sociedade, que foram aprovados na sessão de 8 de outubro do mesmo ano.
A primeira diretoria foi compostapor Flávio Maroja (presidente), Conêgo Santino Coutinho (1º vice-presidente), Coriolano de Medeiros (2º vice-presidente), Maximiano Machado (suplente), Castro Pinto (orador), Theodoro de Souza (suplente), João Machado (vice), Francisco Coutinho (tesoureiro) e Irineu Pinto (bibliotecário).
A instalação ocorreu a 12 de outubro de 1905, em solenidade realizada no edifício onde funcionava a Assembleia Legislativa do Estado, com apresença do seu presidente, do Bispo Diocesano – Dom Adauto Aurélio de Miranda Henriques, e demais autoridades civis, militares e eclesiásticas. Aberta a sessão, pelo presidente do estado, Álvaro Lopes Machado, “ouviu-se o verbo flamejante do seu orador, João Pereira de Castro Pinto, que registrou a necessidade de fundação de instituto “que consagrasse ao estudo e ao amor do passado”. Em seguida, dissertou sobre “A História colonial da Parahyba”. A 15 de novembro de 1905, nova conferência, dessa vez por Tavares Cavalcanti, que discorreu sobre “A Parahyba de 1817”.
Quatro anos depois de sua fundação, o IHGP foi reconhecido como entidade de utilidade pública pela Lei Estadual nº 317, de 22 de outubro de 1909 e, nos primeiros anos, o palacete do Jornal A União serviu-lhe como sede provisória. Somente a partir do início da década de 1950 é que teve início aconstrução de sua atual sede.
Desde o seu decano – o historiador José Octávio de Arruda Melo, com seus 50 anos de produção intelectual e dedicação à História da Parahyba – até o seu mais novel sócio, é imensurável a contribuição dos integrantes do IHGP para o acervo cultural da nossa Província, nas mais diversas áreas: História, Geografia, eleições, escravidão, período colonial, política, partidos políticos, municipalidade, religião etc.
Atualmente, boa parte da vida intelectual da Parahyba passa pelo IHGP, que tem dialogado com escolas, universidades e a Academia Paraibana de Letras, haja vista que alguns historiadores também integraram as duas casas: Antônio Ramalho Leite, Celso Mariz, Coriolano de Medeiros, Dorgival Terceiro Neto, Flávio Sátyro Fernandes, Joacil de Brito Pereira, João Lelis de Luna Freire, José Octávio de Arruda Melo, Wellington Aguiar…
Parabéns ao IHGP, parabéns à Parahyba que conta com essa importante entidade que há mais de 100 anos luta para preservar a sua história.