A cidade de Patos chega aos 118 anos

23 de março de 2022 Off Por funes

A cidade de Patos chega aos 118 anos por Damião Lucena

 

Texto extraído da coluna Funes do Jornal a União publicado na data de 22/10/2021 .

 

O feriado municipal de 24 de outubro assinala a condição de cidade, atribuída a Vila de Patos, emancipada em 1833, com aprovação do projeto em 9 de maio e instalação em 22 de agosto. Setenta anos após a sua independência política, em 5 de outubro de 1903, o deputado José Campelo de Albuquerque Galvão, natural de Mamanguape, apresentou na Assembleia Legislativa projeto para a referida elevação. Dois dias depois, em sessão presidida pelo deputado Manoel Dantas de Góis, a propositura consegue a aprovação em primeira discussão. Em 15 de outubro aconteceu a segunda votação, após as justificativas apresentadas na tribuna pelo autor do projeto que tinha o número 2, as quais foram reforçadas pelo seu colega parlamentar Enéas Pedro de Sousa, ligado a Patos por laços familiares. A terceira aprovação aconteceu em 19 de outubro, com a redação final que seguiria para a sanção ficando pronta três dias após. J

á no dia 24, o Presidente José Peregrino de Araújo sancionou a referida Lei Estadual, que teve o nº 200 e foi publicada no jornal A União do dia seguinte e Correio Oficial, edição de 29 do mesmo mês. A instalação oficial da cidade de Patos ocorreu em 1º de fevereiro de 1904, em solenidade presidida pelo Presidente do Conselho Municipal, Sizenando Flórido de Sousa, o qual seria nomeado prefeito em 2 de dezembro do mesmo ano, tendo como vice José Pedro Cabral e assumindo o referido cargo em 31 de janeiro de 1905.

O Presidente do Conselho Municipal foi o Vigário Joaquim Alves Machado e o vice-presidente José Jerônimo de Barros Ribeiro. A cidade de Patos foi composta inicialmente de dois distritos: o da sede e o de passagem, no entanto, uma série de modificações ampliou a sua jurisdição, consideravelmente, passando a comportar também Cacimba de Areia, Salgadinho, São José de Espinharas, São José do Bonfim, Quixaba e Santa Terezinha.

Tanto as vilas quanto as cidades possuíam autonomia de município e eram governadas pelas câmaras, no primeiro caso composta por sete e no segundo por nove vereadores. Os primeiros legisladores de Patos foram: José Dantas Correia de Góis, Jerônimo José da Nóbrega, José Raimundo Vieira, Bernardo Carvalho de Andrade, João Machado da Costa, Francisco Gomes Angelim e Manoel Cardoso de Andrade. Pelo aspecto histórico há uma convergência para a mudança ou inserção de uma nova data comemorativa, relacionada a emancipação, por ser o ponto mais importante e nunca lembrado, enquanto a elevação à categoria de cidade, que constitui apenas uma deferência ao seu desenvolvimento é o único com ênfase especial. Nos 188 anos de emancipação política e 118 de elevação a Categoria de Cidade, Patos conta com uma população estimada de 108.766 habitantes, com uma população flutuante em torno de 150 mil, convergindo cerca de 70 municípios interioranos da Paraíba, Pernambuco, Ceará e Rio Grande do Norte. Cidade Universitária, com polo de Saúde, destacada também pela economia baseada na indústria, comércio e serviços.

Uma das grandes lutas empreendidas pelo movimento cultural de Patos, no momento em que assinalamos o aniversário da cidade, reside na concretização do projeto Memorial Lagoa dos Patos, marco da denominação do município, elaborado por uma equipe de arquitetos e engenheiros da empresa Reno, de Arapiraca – AL, que consta do curso de água que abrigava as aves referenciadas, museu, palco para apresentações artísticas, áreas de lazer, quiosques para lanches e artesanato, calçadão para caminhada, academia de saúde e estacionamento. A obra aguarda a iniciativa governamental, com parte inicial garantida pela iniciativa privada.

O Hino de Patos, que referencia grande parte das características do município, de autoria do saudoso cantor e compositor Amaury de Carvalho, foi instituído pela Resolução nº 02, de 1971, aprovada por unanimidade e sancionada pelo então prefeito, Olavo Nóbrega. A gravação, coordenada pelo maestro Castanha, que custou 80 mil cruzeiros, ocorreu em 3 de abril de 1981, na empresa Mocambo, sediada em Recife, com a seguinte letra:

Num cantinho da minha Pátria amada / E dentro do meu coração, / Está minha terra adorada / De sonhos e de tradição. // O seu nome foi tirado da Lagoa / Dos patos tranquilos de lá. / No mundo uma terra tão boa / Eu creio, meu Deus, que não há. // Patos, te amo Patos, / Patos, eu sempre hei de amar // A riqueza escondida no teu seio, / Não pode ninguém calcular. / De artista, a cidade é um esteio, / São lindas as morenas de lá. // Nos teus campos é bonita a alvorada, / Nos rios que correm por lá. / As loiras meninas douradas, / Derramam perfume no andar. // Patos, te amo Patos, / Patos, eu sempre hei de amar // O progresso foi chegando de repente, / E os patos fugiram de lá. / Deixando a saudades na gente / E a ânsia de vê-los voltar. // Os seus filhos, nos Lugares mais distantes, / Sussurram seu nome sutil. / São homens de feito brilhantes, / Amando e honrando o Brasil // Patos, te amo Patos, / Patos, eu sempre hei de amar