Maria Esther – A pioneira
12 de março de 2024Maria Esther – A pioneira Por Damião Lucena.
Texto extraído da coluna Funes do Jornal a União publicado na data de 08/03/2024.
A primeira vereadora de Patos foi Maria Esther Sátyro Fernandes, que nasceu em Teixeira, em 19 de agosto de 1919. Filha de Sebastião Francisco Fernandes e Emília Sátyro Fernandes, irmã de Maria Alice, Umberto, Amaury, Terezinha e Flávio. Fez alfabetização com os seus pais, depois estudou com a professora Nelita Nóbrega de Queiroz, antes de ser preparada para o exame de admissão pela exímia docente Maria Eudócia de Queiroz Fernandes.
Com a transferência do seu genitor para a cidade de Fortaleza, originada de perseguição política, Maria Esther foi matriculada no colégioda Imaculada Conceição, dirigido por irmãs de caridade, tendo entre as suas colegas as escritoras: Cândida Maria Santiago Galeno e Maria Ancilon Gondim, além de Olga do Monte Barroso, que foi casada com o ex-ministro Percival Barroso.
Terminando o curso pedagógico e com a volta da família para Patos, foi nomeada professora e designada para o Grupo Escolar Rio Branco, onde atingiu os cargos de secretária e diretora pelo período de seis anos. Por intermédio do amigo e então deputado José Cavalcanti, conseguiu ser efetivada no Ginásio Diocesano
de Patos, secretariando o seu diretor, monsenhor Manoel Vieira, onde permaneceria por 10 anos.
Em 3 de outubro de 1955, Maria Ester conseguia quebrar a barreira enfrentada pelo movimento feminista, oportunidade em que era eleita vereadora de Patos, com 271 votos, assumindo a função em 30 de novembro daquele mesmo ano. A sua primeira atitude, foi um posicionamento contrário a um aumento aprovado pelos colegas, autorizando a tesoureira, Maria da Guia Vieira, a rateá-lo com os necessitados.
Maria Esther Sátyro Fernandes destacava o Instituto Dom Mata, como o seu feito de maior gosto. Mais tarde, conseguiu ser aprovada em primeiro lugar no concurso promovido pelo IAPI, tendo sido convocada juntamente com a amiga, Euzari Lacerda, onde prestou 10 anos de trabalho intenso até a aposentadoria. Maria Esther faleceu em 15 de
maio de 2005, em João Pessoa, sendo sepultada no dia seguinte, em Patos.
(*) No mês de março, todos os textos semanais da coluna Funes Cultural irão abordar histórias de mulheres patoenses e sertanejas que contribuíram com a construção de nossa comunidade.