Fran Lima e seu estilo inconfundível

Fran Lima e seu estilo inconfundível Por Damião Lucena.

Texto extraído da coluna Funes do Jornal a União publicado na data de 15/03/2024.

Matéria publicada no jornal Contraponto, assinada por Mariana Fernandes, nos traz uma dedução concreta de uma de nossas grandes artistas, que assina sua obra como Fran Lima e que, através de suas mãos, consegue se comunicar pelo talento da pintura.

Eis a matéria: “Nascida no Sertão paraibano, Fran Lima passou a infância brincando nas ruas de Patos. Na adolescência foi aspirante a noviciado na cidade de Emaús, no Rio Grande do Norte, pela Congregação Filhas do Amor Divino. Lá, conheceu a rigorosa disciplina religiosa. Quando pergunto como surgiu o seu interesse pelas artes, ela filosofa: ‘A ausência de respostas me levou a exprimir meus princípios e conceitos através das minhas percepções manifestadas em emoções e ideias. Sei que minhas obras levam pessoas a refletir e encontrar suas próprias respostas por causa da introspecção. A multiplicação de criações transforma e influencia positivamente os seres humanos que apreciam os elementos artísticos’.

Fran Lima nasceu em Patos e se destaca na carreira nas artes

“Considero todas as minhas exposições importantes. Graças  elas eu me estabilizei como profissional e tive a oportunidade de conhecer pessoas inteligentes e amigas”
Fran Lima

Sua carreira artística começou em 1997, quando se mudou para João Pessoa. Três anos depois, Fran Lima foi uma das fundadoras da Associart (Associação dos Artistas Plásticos da Paraíba). Em 2005, ela se associou a um grupo de intelectuais e juntos fundaram um espaço para congregar escritores e artistas plásticos paraibanos, no intuito de promovê-los e divulgar seus trabalhos por todo o país. Surgia então a Alane (Academia de Letras e Artes do Nordeste), núcleo Paraíba.

Boa parte de seu trabalho, em sua maioria, tem caráter social e político. A desigualdade da humanidade, a guerra, a fome e a solidão são temas que foram bastante explorados pela artista. Fran Lima trabalha com xilogravuras, litogravuras e metais. Porém, ao entrar em contato com as pinturas em tela a óleo ou acrílico, encontrou o seu espaço e hoje, tem nessa arte a sua especialidade. Do Sertão paraibano para o mundo, assim descrevo a trajetória de suas obras que já foram expostas em vários estados brasileiros e diferentes países. ‘Considero todas as minhas exposições importantes. Graças a elas eu me estabilizei como profissional e tive a oportunidade de conhecer pessoas inteligentes e amigas’.

Além da pintura, Fran Lima também se dedica ao seu segundo ofício, a fisioterapia. Entre outras atividades, ela participa efetivamente de ação voluntária como fisioterapeuta na Apae (Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais).

Pessoa simples, trabalhadora e batalhadora, são vocábulos que se encaixam perfeitamente na descrição de Fran Lima. Deixo a artista à vontade para desenhar nas próximas linhas o seu modo de ser: ‘Eu diria que a simplicidade é minha característica mais marcante. Contudo, o ser humano é complexo e feito de suas peculiaridades e interações. Assim, meu modo de ser é o que valoriza sentimentos e respeito à vida e às diversidades inerentes aos seres humanos’.

Artistas criam obras não só para serem apreciadas, mas também para enriquecer a cultura. Usar uma pessoa que se manifesta através da arte é reconhecer o esforço, o talento e o valor cultural inserido em cada manifestação. Fran Lima encontrou na pintura uma forma de se comunicar com as pessoas. ‘Eu tento passar mensagens visuais que são transformadas em diversos tipos de comunicação, as quais instigam reflexões e ações de conhecimento. Acredito que minhas obras impactam positivamente as pessoas’.

Ligada a questões de sustentabilidade, Fran deseja a conscientização da população no uso do mundo e de seus recursos de maneira mais responsável. ‘O mundo está em equilíbrio. Obviamente, as ações humanas são refletidas de maneiras positivas e negativas. Hoje, assistimos de forma efetiva ações que valorizam a vida e o planeta. Iniciativas pontuais reforçam o conhecimento dos problemas que o planeta passa, como também tentam conscientizar as pessoas comuns de que elas são responsáveis pelo uso sustentável dos recursos oferecidos pela natureza. A melhor maneira de usufruir deste mundo é tendo responsabilidade na utilização de suas dádivas’”.