O comércio verde
16 de setembro de 2024O comércio verde Por Ronaldo Leite.
Texto extraído da coluna Funes do Jornal a União publicado na data de 13/09/2024.
A Feira da Agricultura Familiar encontra-se na Praça Pe. Assis, localizada entre as ruas Felizardo Leite e José Genuíno, no Centro da cidade de Patos, localizada no Sertão paraibano, próximo ao Supermercado Guedes. É um local cuja finalidade é voltada para a dinâmica compra/venda e comportamento/atitude, baseando uma economia solidária que gera impactos no cotidiano dos agricultores e consumidores do comércio local.
A comercialização em feiras orgânicas possui várias vantagens tanto para o agricultor quanto para o consumidor. O contato direto entre produtor e consumidor aumenta a segurança de que só são vendidos produtos oriundos da agricultura orgânica e consequentemente aumenta a credibilidade do consumidor na origem do produto. A agricultura familiar obtém magnitude como categoria social que transcende o campesinato, estabelecida em diferentes áreas, planejando a possibilidade de afirmação de sua identidade como unidade autônoma de gestão da produção e do consumo, a partir de um local de alusão à terra na condição de “posseiro” ou proprietário (Silva et. al, 2013, p. 3).
Os produtos orgânicos são mais caros do que os produtos com agrotóxicos, pois precisam de mais tempo, exigem maior mão de obra e condições para sua produção, por isso seus preços são um pouco mais elevados do que os dos produtos com agrotóxicos produzidos em larga escala. Isso influencia fortemente na demanda pela venda e busca para comercialização ou compra dos produtos sustentáveis feitos por esses agricultores. A agricultura familiar tem eficiência de absorver mão de obra e gerar renda. O conflito sobre a agricultura familiar no Brasil tem ganhado força nos últimos anos, impelido pelo debate sobre desenvolvimento sustentável, geração de emprego e renda, segurança alimentar e desenvolvimento local. Um produtor sustentável proporcionar a qualidade de seus produtos respeita o meio ambiente, gerenciando melhor sua terra, concebendo ganhos para si mesmo e para a sociedade na totalidade (Gonçalvel et al., 2016, p. 105).
A Feira da Agricultura Familiar é uma referência e um modelo exemplar para a comercialização de produtos produzidos de forma orgânica, pois é um respeitável canal de comercialização para gerar renda e para atender às expectativas das pessoas que procuram produtos com uma alta atividade biológica e por outros diversos motivos que buscam nessa unidade familiar. Na ausência do Estado na vida desses agricultores, entra a Igreja Católica: apesar de a Igreja Católica não ser um órgão social (como são os casos das secretarias dos Recursos Humanos, Direitos Humanos etc.), ela cumpre o seu papel teológico/filosófico/humanístico perante os mais necessitados da sociedade brasileira, inclusive na vida desses agricultores e agricultoras.
Os vendedores da Feira da Agricultura Familiar são predominantemente mulheres, mostrando a força e o poder da mulher paraibana diante das adversidades socioeconômicas. O cultivo de hortaliças e frutas apresenta diversos obstáculos desde o clima até os recursos financeiros; esses fatores serão cruciais no preço final dos produtos vendidos na Feira da Agricultura Familiar; tais preços podem desagradar alguns consumidores, porém, no comércio solidário, os preços são justos: pois cultivar/produzir/vender produtos sem agrotóxicos necessitam de muito tempo, cuidado e dinheiro para oferecer um produto com diversos benefícios para a saúde das pessoas.