Dom Gerardo e o seu centenário de nascimento

Dom Gerardo e o seu centenário de nascimento Por José Romildo de Sousa.

Texto extraído da coluna Funes do Jornal a União publicado na data de 20/09/2024.

Participamos de uma reunião com a comissão organizadora do centenário de nascimento de Dom Gerardo Andrade Ponte, segundo bispo da Diocese de Patos. Na oportunidade, estiveram coordenando os debates sobre a formação da programação a ser realizada no próximo mês de dezembro deste ano, os padres Elias e Luciano.

Muitas foram as ideias levantadas pelos participantes do encontro, a exemplo de uma exposição fotográfica para registrar as atividades desenvolvidas por Dom Gerardo em Patos e Região Metropolitana; um busto a ser colocado na avenida que leva o seu nome e que fica ao lado da Catedral de Nossa Senhora da Guia; um podcast reproduzindo os programas que ele fazia na Rádio Espinharas; vídeos socializando as atividades por ele realizadas durante o seu ministério; entre muitas outras sugestões.

Dom Gerardo de Andrade Ponte nasceu em Fortaleza, Ceará, no dia 1 de dezembro de 1924. Era o décimo dos quinze filhos de Maria Helena de Andrade Ponte e de Frederico Ferreira da Ponte.

A religião sempre teve grande influência na sua família. Seu pai construiu capelas em suas propriedades e foi um dos grandes colaboradores da atual matriz da Paróquia de São Gerardo Majella de Fortaleza. Por parte da mãe, vários parentes seguiram a vida religiosa, como o padre José Juvêncio de Andrade, pároco de Crateús entre 1915 e 1942. Entre seus irmãos, Paulo Eduardo Andrade Ponte também seguiu vida religiosa e chegou ao episcopado.

Ele concluiu o Ensino Fundamental e o Básico em 1939 e o Ensino Médio com os padres lazaristas em 1941. Foi professor do Seminário da Prainha em 1945. Estudou teologia no então Seminário de Fortaleza (1945–1948) e Filosofia no mesmo Seminário (1942-1944). Foi ordenado sacerdote em 8 de dezembro de 1948 por Dom Antônio de Almeida Lustosa.

Em 6 de fevereiro de 1975, foi escolhido pelo Papa Paulo VI para substituir D. Antônio Campelo de Aragão à frente da Diocese de Petrolina, em Pernambuco. Sua sagração episcopal ocorreu em 17 de agosto de 1975, oficiada por seu irmão, D. Paulo Ponte, bispo de Itapipoca. Foi o titular daquela diocese por sete anos, até ser designado para preencher a vaga deixada por D. Expedito Eduardo de Oliveira na Diocese de Patos, Paraíba, em 5 de dezembro de 1983.

Atuou na Rádio Rural de Petrolina e na Rádio Espinharas de Patos com um programa diário ao meio dia, denominado Palavras de Fé. Homem de oração e leitura que doou todos os seus bens à Diocese de Patos e aos pobres.

Entre os seus grandes atos, está a construção da Igreja de Santo Expedito, no bairro das Placas, um templo majestoso de arquitetura invejável e que foi entregue à comunidade em outubro de 2004. No fim de 2005, Dom Gerardo lançou um livro intitulado Lições e Vestígios de uma Jornada de Esperança. Dom Gerardo fez ainda a ordenação de 29 padres, entre eles padre Luciano Dias, padre Elias Ramalho, padre José Ronaldo e padre Flávio Mamede.

Em janeiro de 2006, submetido a uma operação de próstata em Patos, sofreu complicações durante o ato cirúrgico, vindo a ser acometido de um acidente vascular cerebral, o que o deixou em coma profundo, vindo a ser transferido, em uma UTI no AR, para a cidade de Fortaleza, onde reside a maioria dos seus familiares. Na capital cearense, Dom Gerardo veio a ter algumas melhoras; contudo, mais tarde o quadro evoluiu para pior, e ele foi a óbito, em 24 de maio, no Hospital Cura d’Ars. Seu corpo foi velado na matriz de Nossa Senhora de Fátima, em Fortaleza, e depois transladado para Patos e velado na catedral de Nossa Senhora da Guia, até o fim da tarde de sextafeira, dia 26 de maio de 2006, quando foi sepultado no interior da Catedral Diocesana.

Dom Gerardo Ponte foi bispo de Patos