Recortes do cotidiano

14 de agosto de 2024 Off Por Funes Patos

Recortes do cotidiano Por Natanael Sousa.

Texto extraído da coluna Funes do Jornal a União publicado na data de 09/08/2024.

 

Mundo para todos
No princípio, quando o mundo ainda era um vasto vazio de possibilidades, a semente do mundo inclusivo foi plantada. Era uma semente minúscula, quase imperceptível aos olhos desatentos, mas possuía um poder imenso e transformador. Essa semente carregava em si o desejo ardente de igualdade, de respeito e de aceitação. Ela continha a crença de que todas as pessoas, independentemente de sua origem, aparência, habilidades ou identidade, mereciam um lugar de destaque na trama da existência. Era uma semente carregada de empatia e compaixão, disposta a romper com as barreiras que separavam uns dos outros.

À medida que o tempo passava, a semente germinou e cresceu, espalhando suas raízes profundas na consciência coletiva. Os seres humanos começaram a despertar para a necessidade de mudança, de reconhecer e valorizar a diversidade que permeia o mundo. E assim, as bases do mundo inclusivo começaram a ser construídas. Foram necessárias mentes corajosas e visionárias para regar essa semente, para nutri-la com ações e palavras que promovessem a igualdade. Pensadores, ativistas e filósofos levantaram suas vozes, incitando reflexões e questionando as estruturas de exclusão. Eles propuseram ideias revolucionárias, desafiando conceitos arraigados e oferecendo novas perspectivas.

Gradualmente, as pessoas começaram a perceber que a inclusão não era apenas um desejo utópico, mas uma necessidade vital para o florescimento da humanidade. Perceberam que ao abraçar a diversidade, se abriam para um mundo de possibilidades infinitas. Descobriram que a riqueza de experiências, habilidades e visões de mundo enriquecia a todos, tornando-os mais resilientes e adaptáveis.Assim, o mundo inclusivo começou a tomar forma. Surgiram leis e políticas que garantiam os direitos de todos, independentemente de sua condição. As instituições educacionais abriram suas portas para acolher cada indivíduo, valorizando suas diferenças e fornecendo as ferramentas necessárias para o desenvolvimento pleno. A mídia e a cultura abraçaram a diversidade, espelhando as histórias e experiências de todos os grupos sociais.

No entanto, a construção do mundo inclusivo não foi um processo fácil. Enfrentou resistências e obstáculos ao longo do caminho. Muitas vezes, as pessoas tiveram que confrontar seus preconceitos arraigados, desaprender comportamentos discriminatórios e reconstruir suas percepções sobre o outro. Mas a chama da mudança continuou a queimar intensamente. E assim, o mundo inclusivo persiste, em constante evolução. É um processo contínuo, uma jornada coletiva em direção a uma sociedade mais justa e igualitária. Um mundo onde todas as vozes são ouvidas, todas as contribuições são valorizadas e todos têm a liberdade de serem autênticos.

Então, é assim que começa o mundo inclusivo: com uma semente plantada, cultivada com amor e determinação. E à medida que cada indivíduo se compromete a regar essa semente em seus corações e ações, o mundo inclusivo floresce, espalhando seus ramos por toda a humanidade. Que cada um de nós seja parte dessa história, transformando o mundo em um lugar onde todos possam verdadeiramente pertencer.

Voar: “Metáfora para superar limitações”
Foto: Roberto Guedes

Voar
Voar, para muitos, é uma atividade que evoca imagens de liberdade, leveza e transcendência. A capacidade de se elevar acima das limitações terrenas e experimentar uma sensação de liberdade inigualável é uma aspiração comum para muitas pessoas. No entanto, para alguém com deficiência, a ideia de voar pode parecer distante e até mesmo inatingível.

Mas o que é voar, afinal? Será que se resume apenas à habilidade física de se elevar nos céus? Ou existe uma dimensão mais profunda nesse conceito?

Voar pode ser visto como uma metáfora para superar limitações e encontrar maneiras de transcender as barreiras impostas pela condição física. A verdadeira essência do voo está na mente e no espírito, e não necessariamente no corpo. É uma jornada interior em busca da libertação, da exploração e da realização pessoal. A pessoa com deficiência pode encontrar sua própria forma de voar, descobrindo suas habilidades e talentos únicos. Voar pode significar desenvolver uma mentalidade resiliente, uma força interior que permite enfrentar desafios e encontrar soluções criativas para superar obstáculos.

Voar também pode ser alcançado através da busca do conhecimento e do crescimento pessoal. Ao expandir os horizontes intelectuais e emocionais, é possível elevar-se acima das limitações físicas e experimentar uma sensação de liberdade no mundo das ideias e da criatividade.

Além disso, voar pode ser encontrado nas relações humanas. Ao cultivar conexões significativas com outras pessoas, construindo redes de apoio e compartilhando experiências, é possível criar uma sensação de comunidade e pertencimento que nos eleva além das fronteiras individuais.